A NASA está analisando o local mais adequado para transportar seus astronautas de forma adequada e dar o próximo passo da missão Artemis Base Camp. O objetivo dessa missão é criar uma base funcional para abrigar astronautas na Lua por longos períodos.
O objetivo dos cientistas e pesquisadores envolvidos é estabelecer um posto avançado tripulado próximo ao polo sul da lua que eles chamam primeiro ponto de apoio na fronteira lunar. Ter uma base fixa na Lua seria de grande auxílio para a exploração do espaço.
As informações foram divulgadas pelo site Space e o local deve permitir caminhadas de longa duração longe do posto avançado; e o próprio habitat da superfície, que conseguirá abrigar quatro astronautas por vez.
A longo prazo, a instalação também exigiria infraestrutura para energia, descarte de resíduos e comunicações, proteção contra radiação e uma plataforma de pouso, já que estão tratando de uma missão desafiadora que pode ser revisitada e construída nos próximos anos.
O local ideal deve ter fácil acesso à energia solar
Um pré-requisito indispensável para os planejadores é procurar pontos que ofereçam fácil acesso à energia solar, boa comunicação com à Terra, além de uma região que permita o alcançar regiões de “sombra” próximas, ou PSRs no espaço — áreas próximas aos polos norte e sul da lua que nunca recebem luz solar direta. Resumindo, chegar a Lua é mais fácil do que se estabelecer nela.
A agência trabalha com a ideia de que esses locais podem ter depósitos de água e gelo, recurso que iria beneficiar a missão oferecendo água, oxigênio e propelente de foguete. Essas áreas podem variar, chegando de menos 415 graus Fahrenheit a menos 334 graus Fahrenheit, em graus Celsius (medição brasileira) seriam menos 248 até 203 graus negativos.
O que os pesquisadores precisam analisar agora é se essa distribuição de gelo e água nesta região é o suficiente para serem utilizáveis, enquanto outras buscas vêm sendo realizadas para encontrar a melhor moradia para o Artemis Base Camp.
Holly Brown é técnica da pesquisa da Lunar Reconnaissance Orbiter Camera, um renomado sistema de três câmeras montadas em uma missão da NASA que opera desde 2009, o Lunar Reconnaissance Orbiter.
Uma descoberta recente de Holly foi o potencial de recursos dos PSRs lunares, indicando a presença de água e outras moléculas “voláteis” de 10 conjuntos de dados de sensoriamento remoto em 65 PSRs para estimar os locais e a massa dos depósitos de gelo de água.
“Nosso trabalho fornece uma avaliação relativa dos recursos nos PSRs e pretende ser uma ferramenta para orientar futuras missões, particularmente as orbitais. Destacamos os PSRs que provavelmente são os mais ricos em recursos; no entanto, eles não são facilmente acessíveis”
Espaçonaves já tinham informações da presença de recursos na Lua
Em outras missões já foram encontrados dados de distribuição de hidrogênio, hidroxila e água perto dessas regiões, foram LRO, Lunar Prospector, Chandrayaan 1 da Índia e Kaguya do Japão.
Desvendar as composições destes ambientes é uma tarefa importante antes que as missões sejam lançadas. Durante a pesquisa a equipe de Brown também descobriram oito PSRs em grande potencial, como a cratera Faustini, que mostra uma forte indicação de gelo de água, além de outras crateras como Haworth e Cabeus, essa última com maior quantidade estimada de depósitos de hidrogênio subterrâneos.
“Embora tenhamos identificado PSRs em nosso artigo que possuem condições de exploração adequadas para medições in situ de voláteis, mais dados orbitais e experiência robótica e humana na superfície lunar, é necessário antes que uma missão de pouso possa ser realizada com confiança nesses ambientes hostis. “
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