O primeiro paciente a receber um transplante de coração com o órgão de um porco pode ter morrido depois de pegar uma infecção que poderia ter sido evitada.
Segundo informações do MIT Technology Review, o paciente David Bennett Sr recebeu um coração de porco geneticamente modificado no início de 2022, por conta de uma doença grave no coração. Este foi um marco na medicina e gerou muita expectativa na equipe médica e para os pesquisadores.
Entretanto, David morreu em março e a causa da morte foi registrada como desconhecida, mas em abril o cirurgião responsável pelo transplante contou em um evento que o coração acabou sendo infectado com citomegalovírus suíno, um vírus que não infecta células humanas, mas pode danificar o órgão.
Um estudo de pesquisadores alemães mostrava que corações livres de vírus transplantados em babuínos sobreviveram muito mais tempo do que corações infectados por vírus.
Coração do porco doado deveria estar livre de vírus
Segundo o virologista da Universidade Livre de Berlim, Joachim Denner, Bennett recebeu o coração da empresa de biotecnologia Revivicor, que produz porcos geneticamente modificados e que o órgão deveria estar livre de qualquer vírus. Mas segundo o médico, detectar isso não é uma tarefa fácil.
Os envolvidos no transplante ainda não identificaram exatamente como o vírus agiu para causar a morte no paciente, mas já se sabe que não porque o corpo rejeitou o órgão.
“Se isso foi uma infecção, provavelmente podemos evitá-la no futuro”, disse Bartley Griffith, cirurgião de transplante, durante sua apresentação, explicando que os grupos que trabalham com xenotransplantes provavelmente não terão que repensar sua estratégia geral.
Minas Gerais tem mais de 5.000 na fila de espera por um órgão
A luta pela espera de um transplante de órgão é alta. Só em Minas mais de 5 mil pacientes esperam, registrando um aumento de 63%. Dados do MG Transplantes mostram que em 2017 havia 3.455 pessoas na fila de espera, o número saltou para 5.634 no ano passado. Até março deste ano, o número chegou a 5.890.
“As doações caíram nestes últimos anos, especialmente por causa da pandemia de Covid-19. O ano de 2021 foi ainda pior por conta da variante ômicron e a situação que o Estado ficou. Tivemos queda de 35% no número de doadores”, explicou o diretor da entidade, Omar Lopes Cançado, em entrevista ao jornal O Tempo.
Segundo Omar, a pandemia dificultou ainda mais o processo, uma vez que diversos doadores contraíram Covid-19 e não puderem realizar o transplante.
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