E se pudéssemos espalhar sensores levíssimos do mesmo modo o dente-de-leão espalham suas sementes para monitorar a temperatura, umidade e exposição em mais de 100 milhas quadradas de florestas? E tudo isso sem gastar tempo e dinheiro com a instalação de árvores tecnológicas que interferem no meio ambiente?
Pois tudo isso já é realidade graças aos pesquisadores da Universidade de Washington, que fabricaram dispositivos leves o suficiente para serem carregados pelo vento.
De acordo com a Revista Nature, o projeto ultrapassa os limites da computação em pequena escala e foi construído para fins específicos e, embora ainda seja um protótipo, é uma direção interessante para a tecnologia monitorar o ambiente.
“Nosso protótipo sugere que você possa usar um drone para liberar milhares destes dispositivos em uma única volta. Todos serão transportados pelo vento de maneira diferente, e basicamente você pode criar uma rede de 1.000 dispositivos com este único voo”, disse Shyam Gollakota, professor da UW e criador de dispositivos.
Sensores levíssimos e sem bateria
Isso é possível principalmente pela remoção de qualquer tipo de bateria, o que reduz consideravelmente a massa do dispositivo.
Equipado apenas com sensores levíssimos, um transceptor sem fio e algumas células solares minúsculas, o gadget em si pesa menos de 30 miligramas.
Sua estrutura de espalhar-se ao vento foi alcançada após dezenas de tentativas, chegando desse modo ao formato de uma roda de bicicleta que fez com que o dispositivo viajasse para longe de seu ponto de partida e pousasse com os painéis solares voltados para cima 95% do tempo.
Quando espalhados por drone, eles podem viajar cerca de 100 metros antes de pousarem.
Assim que aterrissar, eles irão funcionar sempre que houver luz, usando retroespalhamento de radiofrequência para refletir seus sinais no ambiente e entre si, formando uma rede local que pode ser coletada por um dispositivo de controle.
O dispositivo não chega nem perto da mobilidade da semente de dente-de-leão que é milagrosamente leve e pesa um único miligrama podendo viajar por quilômetros. Mas a natureza teve eras para aperfeiçoar seus projetos, enquanto a equipe da UW começou as pesquisas recentemente.
O outro desafio é, claro, o fato de que sementes reais eventualmente se transformam em dentes-de-leão ou se decompõem em nada – enquanto mil sensores permaneceriam até serem recolhidos ou quebrados em pedaços.
Embora o campo da eletrônica biodegradável seja jovem, a equipe já está trabalhando na vida útil do sensor e de como fazer seu descarte correto.
“Este é apenas o primeiro passo, e é por isso que é tão emocionante. Há tantas outras direções que podemos tomar agora”, disse o autor Vikram Iyer.
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