As vendas de remédios antidepressivos cresceram significativamente no Brasil, principalmente depois da pandemia. O aumento foi de 11% no primeiro bimestre de 2022, comparando com o mesmo período do ano passado. Segundo a Veja Abril, a hub de negócios de saúde e bem-estar também realizou uma pesquisa que verificou o aumento de 13% no último ano entre março de 2021 a fevereiro de 2022.
Já a Interplayers, identificou que janeiro e fevereiro de 2022 Minas Gerais com 8%, Rio de Janeiro com 9% e São Paulo com 17%, foram os estados que dispararam as vendas dos antidepressivos no país.
No ano passado, por exemplo, um levantamento realizado pela CNN revelou que quase 100 milhões de de medicamentos controlados foram vendidos em todo o ano de 2020, ano que iniciou o período pandémico no Brasil, segundo Conselho Federal de Farmácias.
“A pesquisa parece mostrar uma relação entre os determinantes sociais de saúde e o aumento do consumo de medicamentos. Há uma tendência de que as pessoas considerem que vários aspectos da vida social podem ser tratados com medicamentos”, explica o consultor da entidade, Wellington Barros.
Fatores ligados a ansiedade, preocupação, depressão, síndrome do pânico, e até sequelas causadas por que contraiu a Covid-19 estão entre os principais motivos do aumento de antidepressivos.
“Era de se esperar. Na literatura médica ao longo do ano de 2020, todos falavam de uma terceira onda de adoecimento como secundário à Covid-19. Seria o adoecimento mental secundário ao stress imposto pelo isolamento social, pelo temor da morte de entes queridos, pela perda de renda, pela perda de perspectiva de emprego”, explica o psiquiatra e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Márcio Bernik.
Especialistas apontam riscos que o excesso deste medicamento pode causar
Para alguns especialistas, a prescrição de remédios controlados deveria ser a última alternativa dada a um paciente depois de outras medidas adotadas. Tal opinião é dividida entre outros profissionais que apoiam o uso controlado e devido de antidepressivos em diversos casos.
Os efeitos colaterais causados por esse medicamento podem não contribuir para o tratamento, na opinião de alguns profissionais. A revista americana The Nation divulgou uma matéria que sobre o tema.
Um dos exemplos citados foi do médico Mark Horowitz, que dos 21 aos 35 anos de idade usou antidepressivos diariamente. Segundo ele, o aumento de sonolência e falta de concentração eram nítidos e optou por reduzir o uso do remédio de forma gradual.
“Senti como se estivesse à beira de um penhasco sendo perseguido por um animal”, contou o médico afirmando que tal efeito foi por conta da abstinência causado pelo remédio.
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