Desde que um usuário do Reddit, em agosto de 2021, postou que o Firefox havia perdido em torno de 50 milhões de usuários em um período de dois anos e meio, a situação não melhorou em nada para o browser da raposa. O browser perdeu sua popularidade pouco a pouco e tem seu futuro sendo questionado.
A revista Wired também levantou a questão sobre o Firefox e sua queda. Se no final de 2008 ele tinha cerca de 20% dos usuários, hoje não alcança nem 4% nos computadores e 0,5% nos smartphones.
Com uma perda tão significativa, Selena Deckelmann, vice-presidente sênior do Firefox, não titubeou em reconhecer o problema. “Nos últimos dois anos, o que nós temos visto é um achatamento muito substancial”, declarou.
Selena se refere ao período entre o início de 2019 e o começo de 2022, que mostra o navegador perdendo cerca de 30 milhões de usuários ativos.
É muito difícil não se chocar com esses números, afinal, o Firefox não é um projeto improvisado ou muito menos desatualizado. A Mozilla ainda faz questão de lançar novas versões do navegador regularmente e está sempre aprimorando ou implementando funções.
Os recursos de privacidade, a integração com o Pocket (adquirido pela Mozilla em 2017) e o seu gerenciador nativo de senhas são exemplos de atrativos que mostram que, da perspectiva funcional, o Firefox não deve nada aos navegadores rivais.
Por que o Firefox está perdendo usuários?
É difícil citar um motivo com mais segurança sem uma análise profunda do caso, mas podemos notar certos fatores que contribuíram e muito para tal situação. Como exemplo, temos a questão da velocidade e uso de memória RAM.
Muitos usuários consideram o navegador mais lento comparado principalmente com o Chrome, apesar de todos os esforços da Mozilla para mudar esse panorama.
A situação fica ainda mais complicada pelo fato de seu principal concorrente ser de fácil acesso para todos – basta acessar o Google de qualquer navegador que ele irá sugerir o Chrome como opção padrão.
No momento atual, o Chrome detém cerca de 65% do mercado. O navegador é distribuído em celulares e tablets Android e, como funciona muito bem e se integra a outros serviços do Google, a maioria dos usuários desse sistema operacional não sente necessidade de procurar outra opção.
Enquanto isso nos computadores e smartphones da Apple, a situação do Firefox é ainda mais alarmante: o Safari é, de longe, o navegador preferido dos usuários de iOS e macOS.
O futuro do navegador
Um ex-funcionário da Mozilla, que por motivos de privacidade prefere não se identificar, declarou à Wired que “o Chrome venceu a guerra dos navegadores no desktop”.
Outro ex-funcionário também completou afirmando que “eles [a Mozilla] vão ter que aceitar a realidade de que o Firefox não vai ressurgir das cinzas”.
Tais afirmações, pactuadas com o encolhimento da base de usuários do navegador, incitam as incertezas sobre o futuro do browser da raposa.
Mas, apesar do cenário estar quase totalmente contra o navegador, a Mozilla ainda tem condições de lutar por uma fatia do mercado que não se sente segura com o Chrome.
Bart Willemsen, da consultoria Gartner, diz que uma vez que os usuários se vão dificilmente irão voltar – a não ser que exista um ótimo motivo. Resta agora a Mozilla encontrar o tal motivo.
Analistas apontam que tornar o Firefox mais personalizável é fundamental para isso. E a Mozilla demonstra ter notado isso, com a reformulação da página inicial do navegador desenvolvida em 2021 ou a remodelação da versão para Android, em 2020.
Apesar da debandada de usuários, o Firefox continua bem vivo. Agora cabe à desenvolvedora buscar formas de manter a relevância do projeto enquanto ainda há tempo. Seria muito triste ver o Firefox ser um projeto abandonado de vez e esquecido na história da internet.
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