Como um robô que descasca banana pode revolucionar a ciência?
A robótica é uma ciência tecnológica com avanços notórios. Recentemente, um robô foi treinado para reproduzir gestos humanos.
A robótica é uma ciência tecnológica com avanços notórios. Recentemente, um robô foi treinado para reproduzir gestos humanos. Em sua última tentativa, ele conseguiu descascar uma banana sem esmagá-la ou amassá-la. Isso representa um avanço inestimável.
Embora possa parecer uma prática bastante simples para alguns, tendo em vista a rigidez e demais limitações de um robô, manusear frutas, especialmente aquelas mais macias e frágeis – como a banana – é um grande desafio. Isso porque, uma máquina não possui a mesma destreza e sutileza que o ser humano ao entrar em contato com itens delicados.
Outro detalhe a ser observado são as formas irregulares, que costumam variar até entre frutas da mesma categoria. Ainda que pareçam ser detalhes insignificantes, eles são capazes de confundir os algoritmos de visão computacional do robô.
Heecheol Kim, da Universidade de Tóquio, liderou uma equipe de pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do sistema de aprendizado da máquina com foco em imitação. A inteligência foi instalada em um robô composto por dois braços e mãos com o que parecem ser dedos em formato de pinça.
Testes feitos com o robô
O primeiro teste foi realizado por uma pessoa operando o robô. Desta forma, foi possível descascar centenas de bananas cujo resultado foi a gravação de 811 minutos de dados de demonstração que serviram como um treino para a máquina tentar colocar a ação em prática sem nenhum auxílio.
É importante explicar que a tarefa foi dividida em nove etapas: desde o simples ato de segurar a banana, até pegá-la da mesa com uma mão, pegar na ponta com a outra, descascá-la e fazer o manuseio necessário para retirar toda a casca. Mas, para que o robô conseguisse manusear a fruta em movimentos amplos e sem danificá-la, foi necessário recorrer a um modelo de aprendizado de máquina capaz de mapear um trajetória.
Entretanto, em momentos nos quais é necessário manusear a banana com precisão, o sistema muda automaticamente para uma abordagem relativa, capaz de responder por mudanças inusitadas que lhes foram impostas.
Colocando toda esta ciência e tecnologia em prática, o robô foi capaz de descascar uma banana com sucesso em 57% das tentativas que levaram em média, menos de três minutos cada.
Na oportunidade, o coautor do estudo, Jonathan Aitken, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, disse que: “o que é realmente interessante neste caso é que o processo que um humano usa foi transferido para o treinamento do sistema robótico por meio do aprendizado de imitação profunda”.
Segundo ele, a abordagem usada pelo robô precisou de 13 horas de dados de treinamento ao invés de centenas ou milhares de horas de outros experimentos semelhantes, tornando-os bem mais eficiente.
É importante mencionar que a tecnologia não será aplicada exclusivamente em bananas, o propósito é contar com um sistema geral capaz de lidar com tarefas que exigem habilidades motoras precisas.
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Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR e Bit Magazine, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças e tecnologia.