Desde o seu início, a guerra da Rússia contra a Ucrânia vem afetando o mundo financeiramente. Agora, estudiosos preveem que o setor de veículos à base de eletricidade pode sofrer um impacto direto de toda essa mudança nas relações comerciais internacionais – o que pode elevar preços de carros elétricos, entre outros.
Segundo os dados coletados, a Rússia é um dos maiores exportadores de petróleo bruto no mundo, sem contar o maior em exportação de gás natural. Devido às sanções internacionais que o país vem sofrendo, esses dois produtos já tiveram um aumento de preço considerável (só o petróleo já teve uma alta de mais 10% em seu valor).
O fato é que, nesse setor, grande parte do continente europeu é abastecido pela Rússia e seus aliados (como o Cazaquistão), dependendo do combustível que vem de lá. Agora, com a alta dos preços, as pessoas passam a procurar alternativas. como os veículos elétricos.
Mudar para um carro elétrico pode não ser tão simples como parece
Isso pode até parecer uma solução simples e eficaz, mas acarreta vários outros problemas. Um deles sendo os próprios carros elétricos, que no caso do Brasil dependem de importação.
Uma análise profunda feita pelo cofundador da fintech de comércio exterior chamada Vixtra, Leonardo Baltieri, aponta que não só o conflito influenciará no preço do combustível brasileiro – situação em que já vivemos -, como o dólar sofrerá uma alta dificultando a importação dos carros elétricos.
“Apesar de um primeiro efeito positivo para os carros elétricos, um momento de conflito gera um segundo impacto, que é a alta do dólar. O segmento de carros elétricos no Brasil é bastante dependente de importações. A balança pesa a favor dos elétricos decorrente da alta de combustíveis, mas o próprio veículo elétrico sofre um impacto negativo”, diz Baltieri em entrevista à IstoÉ.
Outros fatores podem elevar preços de carros elétricos
Um segundo aspecto importante para se considerar é que os carros elétricos também necessitam de componentes que dependem de fornecimento de metais (como paládio, titânio e níquel) dos quais a Rússia é um dos maiores fornecedores mundiais.
“A Rússia é fornecedora mundial de cerca de 50% de paládio, produto necessário na fabricação de catalisadores, já o titânio está relacionado à produção de aeronaves, enquanto o níquel é utilizado em baterias de íons de lítio. Dessa maneira, se o suprimento de níquel ficar limitado, a produção das baterias utilizadas nos veículos elétricos será prejudicada”, diz Anderson Souza Brito, CEO da assessoria de operações cambiais Revhram.
Carro elétrico vale a pena agora?
Querendo ou não, ainda estamos sofrendo apenas os primeiros impactos que toda essa situação de conflitos vai gerar. É sensato esperar efeitos de longo prazo que podem mudar completamente a dinâmica econômica mundial que conhecemos hoje.
Infelizmente, o consumidor final é quem mais sofre as consequências. Contudo, quando se trata de carros elétricos, eles parecem ser o caminho natural a se seguir, com ou sem conflito.
No momento, tudo indica que eles ficarão mais caros com o passar do tempo (pelo menos por agora).
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