Desde que a pandemia da Covid-19 começou, e mesmo após dois anos com as vacinações em massa funcionando, algumas pessoas passaram ilesas pela contaminação do vírus durante este período. Agora, estudiosos estão descobrindo o motivo.
Gene específico pode ser o responsável pela não contaminação de Covid-19
De acordo com estudos feitos por pesquisadores da Universidade de Oxford, certos genes podem ser responsáveis por uma resposta imune bem forte após a vacinação em duas doses.
O estudo foi publicado na revista internacional Nature Medicine, os pesquisadores identificaram um gene característico que apresentou uma alta resposta dos anticorpos que também pode estar relacionado à prevenção contra a contaminação.
Foi identificado que pessoas que possuem um alelo (forma alternativa de um gene) de um HLA chamado HLA-DQB1*06 geraram uma resposta de anticorpos muito mais alta do que os que não contavam com este gene.
Este alelo está presente em duas a cada cinco pessoas no Reino Unido e, curiosamente, pelos testes feitos, são as menos propensas à infecção por Covid-19 após a vacinação se comparada as pessoas que não possuem o gene
Segundo o estudo, o sistema imunológico é ajudado pelo gene HLA a distinguir as proteínas do corpo das proteínas estranhas vindas do vírus. A pesquisa fornece evidências entre fatores genéticos e como o sistema imunológico reage à Covid-19.
Julian Knight, professor de medicina genômica no Centro Wellcome da Universidade de Genética Humana e investigador-chefe do estudo, afirmou em um comunicado:
“A partir deste estudo, temos evidências de que nossa composição genética é uma das razões pelas quais podemos diferir uns dos outros em nossa resposta imune após a vacinação contra a Covid-19. Descobrimos que herdar uma variante específica de um gene HLA estava associado a respostas de anticorpos mais altas, mas isso é apenas o começo da história”
Ainda são necessários mais estudos
A Covid-19 ainda é considerada uma doença nova e precisa de muitos estudos para novas comprovações. Os pesquisadores de Oxford realizaram 1190 amostras com pacientes que se inscreveram nos ensaios clínicos da universidade.
Também foram analisadas amostras de DNA de 1677 voluntários que tomaram as duas doses da vacina com AstraZeneca ou Pfizer. Crianças também participaram dos estudos.
Os dados apontam que pessoas com o gene HLA-DQB1*06 registraram respostas mais altas de anticorpos após 28 dias da primeira dose da vacina.
Daniel O’Connor, professor de pesquisa da Oxford Vaccine Group, disse:
“Este estudo mostra que nossa composição genética, além de fatores como idade e estado de saúde, afeta a forma como respondemos às vacinas e nosso risco subsequente de doenças – como Covid-19 – o que pode ter implicações importantes no design e implementação de vacinas futuras”.
Esse é apenas uma das linhas de pesquisa científica, mas agora espera-se outros dados e estudos sobre as consequências da Covid-19.
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