No mês de abril de 2020, a sonda espacial Juno registrou um meteoro na atmosfera de Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar. O flash na atmosfera superior do planeta chamou a atenção do equipamento, que registrou o acontecimento através do espectrógrafo ultravioleta (UVS) da espaçonave.
A Nasa divulgou os resultados das análises do evento esta semana e eles já foram publicados na Geophysical Research Letters, uma revista científica e descreve uma explosão curta – mas com características espectrais que não se alinham com o que se espera na aurora de Júpiter.
Juno registrou um meteoro em Júpiter através do UVS
O UVS é um instrumento que faz a leitura de luz ultravioleta, principalmente na aurora de Júpiter, onde procura gases como hidrogênio. Já o flash captado por Juno, segundo o que os pesquisadores entenderam através das leituras, seria o resultado da queima de um meteoro na atmosfera superior do planeta – que, segundo os cálculos, teria sua origem em uma rocha espacial que pesaria de 250 kg até 5 toneladas.
Instrumentos como o UVS dão aos pesquisadores várias informações que os permitem estudar afundo tais acontecimentos, mas até telescópios menores conseguem captar essas incríveis bolas de fogo em Júpiter.
Como exemplo podemos citar os astrônomos amadores japoneses que captaram, em 2021, um flash na atmosfera joviana. Mais tarde cientistas confirmaram se tratar de um meteoro.
Meteoros em Júpiter são eventos normais
Rochas espaciais na atmosfera de Júpiter são eventos relativamente comuns. Em setembro e outubro do ano passado, dois asteroides foram vistos entrando no planeta com cerca de um mês de diferença entre um e outro.
“Essas bolas de fogo são muito raras, são muito difíceis de serem observadas apenas por acaso (…) Normalmente, descobrimos um desses impactos a cada dois anos aproximadamente”, explicou Ricardo Hueso, astrônomo da Universidade do País Basco, na Espanha, em entrevista ao site Space.com.
Segundo cientistas, devido ao tamanho, e consequentemente à força gravitacional, de Júpiter, ele se torna um alvo para impacto de meteoros, mas isso não quer dizer que seja fácil presenciar eventos como esse, pelo contrário.
Missões em Júpiter
A sonda Juno vem estudando a superfície de Júpiter desde 2016, revelando novas percepções sobre que nos mostram vários aspectos do gigante gasoso que nós nunca saberíamos de outra forma.
“Cada nova observação ajuda a restringir a taxa de impacto global, um elemento importante para entender a composição do planeta”, disseram os membros da equipe Juno, em comunicado.
Juno já é a terceira missão de longo prazo da Nasa em Júpiter, tendo o Galileu rondando o planeta de 1995 a 2003; e a sonda Voyager que até hoje está na ativa, mas foi lançada em 1977 para estudar o sistema solar.
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