Talvez seja o fim dos jogos online, envolver de dinheiro pode acabar com o entretenimento na web

Os jogos online ganharam outro folego na web durante as últimas duas décadas, mas a que ponto chegamos? Afinal, se pudéssemos abrir uma “aba do tempo” e entrar na internet de dez anos atrás, encontraríamos um lugar mais simples.

O fim dos jogos online – Imagem: Reprodução/Pexels

Para onde os jogos online vão?

A evolução sempre nos leva para frente, de modo que os jogos online estão em um patamar surreal. Uma década atrás, quem entrava na internet para jogar encontrava um ambiente puramente para o entretenimento.

Os jogos, antigamente, eram baseados em Flash ou Java e normalmente não tinham um sistema financeiro por trás. Desde os FPS (first person shooter) até os MMORPG (massively multiplayer online role-playing game), você estaria em um meio para pura diversão.

Contudo, o que era para ser puro entretenimento (algumas vezes) gratuito, se tornou um grande mercado. Veremos um momento interessante se olharmos para este período, afinal, as pessoas estavam mais focadas em se distrair e construir relações sociais.

Jogos como Counter-Strike, Age of Empires, DDTank, World of Warcraft (oficial), por exemplo, marcam uma era antes do pay to win dominar a zona dos jogos online.

A mudança e a criação do mercado “jogo online”

Hoje as coisas mudaram, de modo que os jogos mobile têm mais informações do que muitos jogos online apresentavam anos atrás. Assim, naturalmente a indústria de games (que se dedicou muito nos consoles) viu uma oportunidade nos computadores.

A evolução dos games é uma coisa sinceramente incrível, com títulos cada vez mais realistas, únicos e com histórias muito envolventes. Por outro lado, tudo tem seu preço, para ingressar em muitos jogos online hoje, se você não pagar uma taxa de entrada, pode ser empurrado para a compra de itens com o fim de ter espaço no jogo.

Além das ostensivas campanhas para transformar jogadores em consumidores, o comércio e as apostas ganharam grande espaço no meio. O que acabou denegrindo o que conhecíamos como “jogos online”. Afinal, hoje, tanto um cassino na web, quanto um jogo da Netflix, podem se enquadrar neste termo.

A culpa é do NFT?

O comércio nos jogos sempre existiu, comum desde a época de Ragnarok, Tíbia, e o próprio WoW. Entretanto, tínhamos jogadores se relacionando com outros jogadores. Atualmente vemos traders, youtubers, entre outras personalidades que não estão ali propriamente pelo jogo.

Isso piorou com o crescimento das apostas online, principalmente as esportivas. Assim, o espaço que era para entretenimento ou interação social, se tornou meramente um local onde se pode lucrar ou perder todo seu dinheiro.

A questão é que tanto um jogo de jackpot ou um MMORPG podem ser enquadrados hoje como “jogos online”. E embora tenham jogos onde o sistema pay to win não seja instituído, há cada vez menos títulos assim. Até porque eles não são rentáveis, o que dificulta manter o projeto com constantes atualizações e melhorias.

Já havia um movimento natural para este rumo, com jogadores no mundo todo vendendo skins por dinheiro real, e até mesmo contas com nível elevado. Mas isso saiu do controle após os jogos free to play ou “jogos NFT“, como ficaram mais conhecidos, apareceram.

Por fim, a questão não é para onde a indústria está rumando, mas como o termo “jogos online” já não representa exatamente o que era há alguns anos. Eles continuam conectados, mas com objetivos completamente diferentes

Com informações: Tech2

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Escrito por

Moyses Batista