Telescópio James Webb entra em operação e irá olhar para o passado do universo; Quer saber como isso vai funcionar?
Recentemente o Telescópio James Webb finalmente chegou em seu último destino e agora poderá começar a sua real missão ao olhar o passado!
Lançado em 25 de dezembro, o telescópio James Webb chegou nesta segunda-feira (24 de janeiro) ao seu destino, no ponto espacial conhecido como ponto L2 (Lagrange 2), uma das cinco áreas na Via Láctea onde a influência gravitacional do Sol e da Terra se equilibram em força centrípeta, o que torna viável a órbita do equipamento, localizado a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
O telescópio acionou seus propulsores por cerca de cinco minutos para realizar sua última correção de meio-curso. Com o procedimento, o telescópio foi inserido em direção à sua órbita final ao redor da região às 16h, horário de Brasília.
“Bem vindo ao seu lar, Webb!”, comemorou Bill Nelson, administrador da NASA. “Estamos um passo mais próximos de revelar os mistérios do universo”, disse, em um comunicado da NASA.
Alterar a forma como entendemos o universo
Ele vai permitir aos astrônomos, literalmente, enxergar coisas no Universo que eles não conseguiam ver antes – como as primeiras galáxias que surgiram nele, alterando a forma como entendemos o universo nas palavras da própria Nasa.
“Quanto mais longe [está a galáxia], mais no passado. É um efeito meio maluco de relatividade, mas você pode pensar assim: quando a gente está vendo uma coisa muito distante, está vendo uma coisa que aconteceu há muito tempo atrás – há bilhões de anos – e simplesmente levou muito tempo para a luz chegar até aqui”, explica o astrônomo Thiago Signorini Gonçalves, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Leia mais: Acompanhe ao vivo a chegada histórica do Telescópio James Webb ao seu destino no espaço
Isso é possível por dois motivos: o primeiro é que o James Webb é muito grande: seu espelho primário tem 6,5m de diâmetro (quase 3 vezes maior que o do telescópio Hubble, seu antecessor).
O segundo é que ele consegue enxergar em infravermelho. O Hubble só enxergava uma faixa limitada desse comprimento de onda.
Pesquisas selecionadas
Exoplanetas e discos
- Pesquisa profunda sobre moléculas raras e isotopólogos em discos formadores de planetas;
- Cinturões gelados semelhantes ao nosso Cinturão de Kuiper, mas em sistemas exoplanetários;
- Uma pesquisa sobre nosso vizinho estelar mais próximo em busca de planetas e emissões zodiacais;
- Uma pesquisa molecular profunda de HD 189733b, que é um planeta extrassolar gigante, parecido com Júpiter;
- Espectroscopia de infravermelho da água em planetas rochosos;
- Uma busca pelos planetas gigantes que impulsionam a acreção das anãs brancas;
- Espectroscopia do disco circunplanetário ao redor do jovem planeta CT Chamaeleontis companheiro da estrela CT Cha;
- A Química da Formação do Planeta: um Levantamento de 4 discos formadores de planeta.
Galáxias
- Uma sondagem no meio interestelar de galáxias no universo primordial;
- A história da formação inicial do halo mais massivo na era da reionização;
- Estudo sobre o conteúdo estelar e de gás das galáxias durante o meio-dia cósmico;
- Testemunhando o meio circungaláctico em formação: a poeira quente e o gás molecular em um vento galáctico que bate recordes;
- Medições diretas de metalicidade em galáxias com alto desvio para o vermelho;
- A primeira pesquisa completa espectroscópica da era da reionização;
- Pesquisa para desvendar as galáxias mais obscuras do universo;
- Pesquisa em galáxias ultraluminosas da aurora cósmica.
Estrutura em grande escala do universo
- As primeiras observações da luminosidade ionizante das galáxias na época da reionização;
- Uma tentativa de responder ao problema mais importante da cosmologia atual: a tensão na constante de Hubble é real?;
- Um teste definitivo do paradigma da matéria escura em pequenas escalas;
- Medição de brilho absoluto da luz de fundo extragalática usando eclipses de satélites galileanos.
Sistema Solar
- Eventos extremos em gigantes gasosos: impactos e erupções tempestuosas;
- Análise de observações de Urano;
- Dinâmica e variabilidade temporal na atmosfera de netuno;
- Sistema Climático de Plutão;
- Variabilidade e abundância de hidratação no asteroide Psique: a busca por água no maior asteroide metálico;
- Desvendando os constituintes primordiais e os processos exogênicos que moldaram a superfície de Calisto;
- Uma pesquisa paralela de água pura no cinturão de asteroides.
Física estelar e tipos estelares
- A origem da nebulosa do caranguejo;
- Choques e ejeção em expansão na Supernova 1987A;
- Água em estado sólido dentro da linha de neve em discos formadores de planetas: explorando a origem da água em planetas terrestres;
- Pesquisa nas assinaturas de acreção nas proto-estrelas mais jovens, como a L1527 IRS;
- Buscar entender a origem da poeira em supernovas do tipo IIn;
- Teste da evolução do disco protoplanetário e a formação de anãs marrons;
- Espectroscopia nebular de um Kilonova;
- Anãs marrons, anãs brancas e discos planetários em um antigo sistema estelar;
Buracos negros supermassivos
- Feedback sobre buracos negros supermassivos em núcleos empoeirados;
- Uma visão abrangente dos quasares mais distantes da época da reionização;
- Busca pela descoberta de buracos negros de massa intermediária;
- Monstro no universo primitivo: desvendar a natureza de um quasar que hospeda um buraco negro de 10 bilhões de massas solares.
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Redatora, Especialista em Produção de Conteúdo para a Web com formação em Webdesign e Marketing Digital. Estudante de Programação Back-End, Entusiasta de Tecnologia e redatora na BitMagazine trazendo as últimas notícias e informações sobre o mundo tecnológico.