Telescópio Kepler ajuda NASA a encontrar exoplaneta “gêmeo” de Júpiter
A Nasa utilizou o Kepler, telescópio desativado há 4 anos, para identificar o "planeta gêmeo de Júpiter". Entenda a importância disso!
A Agencia Espacial dos Estados Unidos (Nasa) utilizou o Kepler, telescópio espacial desativado há 4 anos, para identificar o “planeta gêmeo de Júpiter”. O exoplaneta, que são planetas encontrados fora da órbita do sol, foi encontrado através de dados captados pelo telescópio em 2016 – dois anos antes de ser desativado.
“Ele é basicamente o gêmeo idêntico de Júpiter em termos de massa e de sua posição com relação ao seu sol, que tem cerca de 60% da massa do nosso próprio Sol“, informou o astrônomo da Universidade de Manchester, Eammon Kerins, em comunicado.
NASA utilizou telescópio desativado para observar planeta fora do alcance dos equipamentos comuns de observação
As informações mostram que sua distância atual deve girar em torno de 17 mil anos-luz do nosso planeta, cerca de 9,5 trilhões de quilômetros, tão longe que só é possível observar sua existência através de equipamento especializado, como o Kepler.
“[O telescópio] Kepler foi capaz de observar, de forma ininterrupta, seja pelo clima ou pela luz do Sol, permitindo que nós determinássemos com precisão a massa do exoplaneta e a distância orbital do seu sol“, afirmou.
A observação, no entanto, só foi possível através de um fenômeno astronômico chamado “microlente gravitacional”, que permite que seja possível estudar objetos espaciais distantes quando a luz de uma estrela ao fundo deles é distorcida pelo campo gravitacional de um objeto gigante que esteja mais próximo de nós.
Isso porque, normalmente, os astrônomos só conseguem observar objetos que emitem uma quantidade enorme de luz ou objetos grandes que bloqueiam a luz de um outro objeto. Somadas essas duas categorias de objetos, elas são apenas uma porcentagem muito pequena da massa de uma galáxia.
Nesse caso, os cientistas da Universidade de Manchester se aproveitaram da luz ampliada pela distorção gravitacional para detectar o exoplaneta. Algo que só foi possível ao utilizar os dados observados pelo Kepler em 2016.
“Para chegar a ver esse efeito, é preciso um alinhamento quase perfeito entre o sistema planetário à frente e a estrela ao fundo (…) A chance de que isso ocorra com uma estrela ao fundo é de dezenas a centenas de milhões contra uma. Mas há centenas de milhões de estrelas em direção ao centro da nossa galáxia. Então, o Kepler apenas ficou lá, observando-as por três meses“, afirmou Kerins no comunicado.
O Kepler
O Kepler foi lançado em março de 2009 pela NASA e desativado em novembro de 2018, período no qual descobriu 2.708 planetas confirmados. A esse número adicionamos o K2-2016-BLG-0005Lb, nomenclatura oficial do “planeta gêmeo de Júpiter”.
O telescópio, que não está mais em atividade, não foi projetado para isso e só passou a poder observar exoplanetas em 2016, pouco antes de sua aposentadoria.
“O Kepler não foi criado para encontrar planetas usando microlentes, então, de muitas maneiras, é incrível que ele o tenha feito“, disse Kerins, ao mencionar que outros telescópios devem receber um upgrade em breve.
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Redator Profissional, Comunicador Social e especialista em Produção de Conteúdo Web. Formado em Letras - Inglês e Administração. CEO da Agência Digital Comunicalize.