Como se não bastassem os escândalos recentes de Elon Musk com o Twitter, agora, Tesla age de forma extrema após volta da Covid em Xangai, na China, colocando em risco o bem-estar dos funcionários. As denúncias são graves. Muitos trabalhadores têm relatado ações “desumanas” em outras empresas no território chinês.
(Imagem: Milan Csizmadia/Unsplash)
Tesla diz: quer lockdown? Então vai ser aqui!
Ao que parece, a situação melhorou um pouco após abrandar o novo surto da doença na cidade chinesa. As denúncias sobre as medidas adotadas pela montadora de carros elétricos são incomuns.
Segundo o Bloomberg, as medidas são denominadas “closed-loop”, algo como “turnos fechados”, traduzindo de forma livre e mantendo o contexto.
As medidas extremas são apoiadas pelo governo de Xangai, que busca manter a política de zero Covid no país, mas sem parar as máquinas.
De forma bem simples, esse “closed-loop” significa que ninguém entra ou sai da fábrica, e trabalhadores se alternam em turnos estando internos, sem o direito de ir para casa.
Usando a racionalidade em uma situação dessas, até o descanso entre jornadas poderia ser privado dos trabalhadores, um exemplo real de como um regime “comunista” se adapta as pressões do capital estrangeiro.
Mesmo sendo agressiva, Tesla de Xangai ofereceu certas “regalias”
O canal americano deu luz ao memorando da Tesla sobre a medida, lá se encontram bem especificadas as condições de trabalho e moradia na fábrica. Os trabalhadores receberão um saco de dormir e colchões individuais, com áreas designadas para dormir, tomar banho, comer e “relaxar”.
Sobre a alimentação, serão disponibilizadas três refeições “grátis” por dia e uma bolsa diária de cerca de 400 yuan (R$ 290). Somente os trabalhadores que receberam duas doses de vacinação poderão entrar na fábrica e cada um fará testes diários nos primeiros três dias.
As medidas tentam “minimizar” o incômodo de não poder descansar junto de sua família, as políticas sanitárias de Xangai estão muito restritas no que diz respeito a circulação de pessoas.
Apesar de não ser a forma ideal de manter sua produtividade, a determinação se adapta as políticas impostas pelos governantes do país.
Se fizermos um paralelo com a crise que estamos no Brasil, muitos “gostariam” de estar na mesma situação que os trabalhadores chineses da Tesla, quem sabe.
Porém, nem tudo são flores e junto desse “almoço grátis” existe uma “pegadinha”: a Tesla está aumentando as horas de trabalho diárias, em uma tentativa para recuperar os cerca de 40.000 carros que deixou de produzir desde o fechamento da fábrica no fim de março.
Ao que parece, os funcionários viverão e comerão na fábrica, além de “supostamente” trabalharem 12 horas por dia, seis dias seguidos e somente um para “relaxar”.
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