Um funcionário da Tesla foi demitido da montadora em fevereiro deste ano por postar vídeos em um canal do YouTube. As revisões feitas por ele mostraram de forma franca que o sistema de piloto automático dos carros da marca não funcionava como deveria.
John Bernal, o funcionário demitido, mantém um canal chamado AI Addict e, nos últimos meses, publicou algumas demonstrações do sistema de piloto automático (chamado Full Self Driving Beta – FSD Beta) em ação na região do Vale do Silício.
Em vários momentos dos vídeos, a plataforma apresentava problemas e funcionava incorretamente, esbarrando em elementos nas ruas e quase errando esquinas, por exemplo. A Tesla incentiva influenciadores e motoristas registrados no Beta a filmar passeios, mas geralmente remove motoristas considerados desatentos e também não gosta de publicações que mostrem as falhas do serviço.
Segundo Bernal, a Tesla alegou que manter o canal ativo envolvia um “conflito de interesses” e o conteúdo era uma violação das políticas da empresa. Ela também cortou o acesso do motorista aos testes do FSD Beta, mesmo que o carro seja de uso pessoal e ele não tenha nenhum tipo de advertência ou multa por má direção.
As criticas e a ação da Tesla
O analista de dados, que começou a trabalhar na empresa em 2020, foi aconselhado por um superior a deletar os vídeos que mostravam as falhas, mas decidiu manter o conteúdo no ar.
Na política interna da empresa, não há menção direta de não poder criticar os produtos da marca, mas há trechos que indicam que o colaborador deve seguir.
Segundo a Tesla, “depende do bom senso e bom julgamento de seus funcionários para se envolver em atividades responsáveis de mídia social”.
“Um gerente da minha equipe de piloto automático tentou me dissuadir de postar qualquer conteúdo negativo ou crítico no futuro que envolvesse o FSD Beta. Eles fizeram uma videoconferência comigo, mas nunca colocaram nada por escrito”, disse Bernal após a demissão.
O que você achou? Siga @bitmagazineoficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Até agora, a Tesla não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Bernal já disse ao site CNBC que pretende continuar com o canal, revisando o software do piloto automático em busca de outros bugs.