Ao assistir vídeos no YouTube, a plataforma te dá várias opções de interação que ajudam o algoritmo a fornecer recomendações mais precisas baseadas no seu gosto, ou pelo menos era o que todos achavam. Um estudo recente feito pela Mozilla mostrou que o YouTube não tá nem aí se você não gostou de um vídeo.
Interagindo com vídeos na plataforma
Até agora, o que se imaginava sobre o YouTube é que as recomendações de vídeos feitas pelo algoritmo da plataforma eram baseadas nas suas interações.
Por exemplo, ao pesquisar um vídeo, curtir um vídeo ou comentar em um, você está dizendo ao algoritmo que você tem interesse naquele assunto e consequentemente quer ver recomendações de conteúdo similar.
Mas é claro que isso tem seus pontos negativos. Existem certas ocasiões nas quais você vê um vídeo, mas não quer ser bombardeado com mais conteúdo sobre o mesmo assunto. Nesses casos, o que muita gente faz é clicar no botão “Dislike” (Não gostei), indicando que aquilo ali não te interessa.
Na teoria, isso resolveria seu problema e o algoritmo então deixaria de sugerir aquele conteúdo para você. Só que não!
O YouTube não tá nem aí se você não gostou de um vídeo
Um novo estudo realizado pela Mozilla trouxe resultados surpreendentes que nos dão mais informações sobre como o algoritmo da rede social realmente funciona.
Para realizar os testes foi usada a extensão de código aberto RegretsReporter cujo objetivo é identificar como a plataforma de vídeos faz suas recomendações.
Após analisar dados de milhares de usuários, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o botão “Não gostei” praticamente não influencia nos resultados das recomendações do YouTube. Apenas cerca de 21% das recomendações de vídeos foram afetadas.
Para ter uma medição mais certeira durante as pesquisas, a equipe sinalizou qualquer vídeo marcado com o “Não gostei” como uma recomendação ruim.
Além do “Não gostei”
E o “Não gostei” foi só um dos controles onde a pesquisa encontrou inconsistência em relação a como eles impedem a reincidência de certos conteúdos nas recomendações.
Também foram testados o “Não tenho interesse” (que no teste parou cerca de 11% das recomendações ruins), o “Remover do histórico de exibição” (que parou cerca de 29% das recomendações ruins) e o “Não recomendar o canal” (esse foi o método mais eficiente e parou cerca de 43% das recomendações ruins).
Os números mostram que nenhum dos controles que a plataforma disponibiliza para os usuários marcarem os conteúdos que eles não querem assistir funcionam. Pelo menos nos testes, nenhum deles teve nem 50% de eficácia, fora que, tirando o “Não gostei”, todos eles são de difícil acesso, exigindo uma navegação extra pelo aplicativo.
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