Com ação e organização de ex-funcionário demitido, trabalhadores unidos da Amazon fazem votação sindical histórica. Caso o grupo tenha sucesso em seus objetivos, o resultado pode representar uma vitória contra um dos maiores empregadores do setor privado nos EUA.
Trabalhadores da Amazon em tentativa de sindicalização podem fazer história
Com a atuação direta de um ex-funcionário, demitido em 2020, grupo independente tenta formação de sindicato em centro de atendimento da Amazon, mais precisamente em NY. O líder e idealizador da questão, Chris Smalls, “formou o sindicato independente Amazon Labor Union (ALU)”, segundo publicação do Washington Post.
Apesar do ex-funcionário, inicialmente, não ser levado muito a sério, este conseguiu estruturar uma organização com um número considerável de funcionários apoiando a sua existência. A surpresa maior veio ao “garantir uma votação para os trabalhadores do armazém sobre a decisão de formar um sindicato”.
A primeira “vitória” dos trabalhadores da Amazon em votação sindical
Agora é preciso aguardar, caso a votação seja favorável a formação do novo sindicato independente, “seria a primeira instalação da Amazon a se sindicalizar no país”. Um duro golpe em cima da empresa que há tempos vem se mobilizando para evitar a organização dos trabalhadores dentro de suas unidades de serviços.
No passado, diversos outros sindicatos tentaram, sem sucesso, organizar os trabalhadores da Amazon. A expectativa positiva neste caso, se deve ao fato de sua base ser “completamente” organizada por funcionários ativos e ex-funcionários da gigante do varejo.
A ameaça da necessidade de emprego
A falta de emprego ameaça todos os trabalhadores após diversos anos de crises econômicas, independente da região do planeta. Essa pode ser uma forte aliada da empregadora que — sem precisar ser explícita — conta com este argumento: se está ruim na Amazon, imagine desempregado.
Foram coletadas assinaturas de cerca de “30% dos trabalhadores”, uma quantidade mínima exigida no pleito – mas “organizadores trabalhistas normalmente tentam garantir cerca de 70% ou mais”, considerando possíveis rotatividades no grupo de empregados, conforme informação do jornal americano.
Em todo o caso, não podemos diminuir o avanço de um sindicato completamente independente, sem o apoio de nenhum outro de “alcance” nacional.
Momento de reavaliação das relações de trabalho
Apesar de toda a necessidade por emprego e fontes de renda, a pandemia trouxe um novo paradigma para os empregadores, onde funcionários insatisfeitos estão pedindo mais demissão. As relações de trabalho mudaram, e os trabalhadores já não aceitam com submissão qualquer categoria de relação trabalhista “tóxica”, como algumas empresas insistem em manter.
O presidente do departamento de Estudos de Trabalho e Emprego da Universidade Estadual de São Francisco, John Logan, em declaração ao jornal americano, faz sua análise da atual situação trabalhista:
“Estamos em um momento diferente de dois anos atrás, desde o início da pandemia”, e complementa seu raciocínio: “não tenho certeza se grandes empresas tradicionalmente contra sindicatos, como Amazon e Starbucks, realmente entendem o que mudou nos últimos dois anos.”
Vamos aguardar e ver se a Amazon e outras empresas que seguem a mesma política pretendem modernizar as relações com seus funcionários ou partirão para o “jogo duro” arriscando atrapalhar sua eficiência operacional.
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