Quem joga videogame sabe: a trilha sonora é fundamental para aumentar a imersão e tornar cada momento de uma partida mais único e emocionante. Mas e se uma inteligência artificial pudesse gerar uma música específica para cada jogador, com base no seu desempenho?
Fonte: Freepik/Reprodução
Não é de hoje que a inteligência artificial vem sendo utilizada para criar ilustrações e pinturas digitais bastante impressionantes. E, claro, já existe música sendo composta por máquinas há um tempinho.
A novidade aqui é a utilização desta tecnologia aplicada ao mundo dos games. Um pedido de patente da Activision Blizzard descreve uma utilização de IA e machine learning para construir, em tempo real, a trilha sonora de um jogo.
Isso quer dizer que a música de cada partida é criada enquanto o jogador avança. Assim, um encontro com um chefe, por exemplo, teoricamente traria uma trilha sonora grandiosa, que se amplifica com o desenrolar da batalha.
Claro que o computador não estaria realmente criando música. Ele estaria rearranjando pedaços de música previamente gravados, com o intuito de criar algo específico para cada situação.
Deste modo, a trilha sonora seria algo “modular”, com partes que poderiam ser combinadas de diferentes maneiras.
A construção de cenários já utiliza recursos desse tipo em alguns games. Jogos do gênero roguelike, por exemplo, têm como característica a geração procedural de mapas.
Isso quer dizer que há diversos elementos “avulsos” de cenários previamente criados, que vão sendo conectados e recombinados conforme o jogador avança. Em caso de falha, o jogador volta do início e o processo recomeça do zero, o que faz com que cada partida tenha um mapa único.
Como isso funcionaria na prática?
A descrição da patente solicitada pela Activision Blizzard afirma que
“Há uma necessidade de sistemas e métodos que gerem e modulem músicas exclusivas para jogadores individuais”.
E segue descrevendo um sistema que seria capaz de:
“Gerar e modular dinamicamente música com base em eventos de jogos, perfis de jogadores e/ou reações de jogadores”.
O mais impressionante, contudo, é a alegação de que a utilização de uma trilha sonora poderia contribuir com os resultados do jogador.
“O sistema poderia influenciar o sucesso ou fracasso de um jogador durante o jogo, gerando uma correlação para melhorar o desempenho do jogador em partidas futuras”.
A ideia é que a música se torne aditiva, de modo a refletir e estimular os reflexos e ações de cada jogador. Com a batida certa, os encontros poderiam ser mais emocionantes (ou menos frustrantes) conforme o perfil de jogo de cada um.
Em uma partida multiplayer de Call of Duty, por exemplo, dois jogadores poderiam estar ouvindo trilhas completamente diferentes, com base no desempenho de cada um.
Ainda não se sabe quando (ou mesmo se) a patente será aprovada. Depois disso, ela ainda teria que ser apicada em algum jogo. Mas, é fato que o futuro musical dos jogos pode ser extremamente único e personalizável.
Com informações: Gamespot
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