Regulamento exigindo que os servidores de VPN passem a armazenar os dados de todos os usuários durante, pelo menos, cinco anos começa a ser adotado em país muito envolvido com a tecnologia. Caso a tendência se espalhe, você pode ficar sem opções.
Pode ser o primeiro de muitos
A recente lei está em vigor na Índia, obrigando todos os servidores de VPN (processo de criptografia de conexão, protegendo o usuário) a armazenar dados dos usuários por cinco anos, pelo menos. Ao armazenar dados, fica comprometida a integridade e proteção da identidade do usuário, um dos motivos por usar a VPN.
Com a determinação indiana, a primeira consequência imediata foi a saída da ExpressVPN de todas as regiões do país. A ExpressVPN é uma das maiores e mais conhecidas companhias do segmento.
A empresa, cuja sede está localizada na Lituânia, possui a General Catalyst e a Novator entre a lista de patrocinadores. Hoje, a ExpressVPN está avaliada em US$ 1,6 bilhão.
Como resposta à nova legislação indiana, ela se posicionou contra as normas e informou que não manterá os registros dos clientes. Portanto, decidiu encerrar as atividades no país.
Caso a tendência se espalhe
Em um primeiro momento, os brasileiros poderão ficar tranquilos, esse tipo de Lei não está em vigor no país. Mas, nada impede que um dia o momento chegue, principalmente em casos onde o governo tenha o hábito de não se importar muito com sua privacidade.
Não se resume a isso, a VPN é uma das melhores formas de se prevenir contra invasões virtuais quando se está conectado a uma rede Wi-Fi pública, ou de configurações desconhecidas.
Mantendo a integridade de propósitos da VPN
Na oportunidade, a chefe de relações-públicas da NordVPN, Laura Tyrylyte, disse em entrevista ao TechCrunch que, além de os servidores VPN serem retirados da Índia, a empresa se compromete a proteger a privacidade dos dados de todos os clientes. Neste sentido, as atividades permanecerão em funcionamento somente até o próximo dia 26 de junho.
Neste sentido, para garantir que os usuários estejam conscientes sobre a decisão, a empresa enviará notificações contendo informações detalhadas através do aplicativo NordVPN a partir do dia 20 de junho, próxima segunda-feira. A preocupação está relacionada aos possíveis efeitos que o regulamento pode gerar perante os dados das pessoas.
“Ao que parece, a quantidade de informações privadas armazenadas aumentará drasticamente em centenas ou talvez milhares de empresas diferentes. É difícil imaginar que todos, especialmente as pequenas e médias empresas, terão os meios adequados para garantir a segurança desses dados”, declarou.
A Equipe de Resposta a Emergências de Computadores da Índia, órgão do governo, já divulgou as novas diretrizes de segurança cibernética no final de abril que exigirão os servidores VPN a armazenar os dados de clientes.
Estas informações consistem em: nome do cliente, endereço de e-mail, endereço de IP, registros de conhecimento do cliente e as transações financeiras feitas por ele, tudo isso no prazo de cinco anos. As novas regras passam a vigorar a partir do dia 27 de junho.
O que é uma VPN?
As VPNs conseguem oferecer uma camada adicional de segurança e privacidade para toda e qualquer atividade online. O serviço está disponível até mesmo para quem trabalha em uma rede pública de Wi-Fi e deseja escapar de olhares indiscretos.
A tecnologia oferece uma conexão segura e criptografada entre o dispositivo e um servidor público, ocultando o tráfego de terceiros, embora a própria VPN tenha acesso a esses dados.
É preciso entender que a própria aquisição das VPNs consiste em uma medida capaz de tornar a navegação pela internet mais segura. Demais medidas consistem na habilitação e autenticação de dois fatores, além do uso de um gerenciador de senhas.
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