Uma nova vacina contra a raiva em humanos começará a ser testada em 192 voluntários por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Instituto de Saúde Ifakara, na Tanzânia. As expectativas são promissoras.
A potencial vacina, conhecida oficialmente como ChAdOx2 RabG, está na fase 1b/2 do estudo. Serão feitas comparações de efeito imunizante com a resposta de outra vacina já utilizada na Tanzânia para identificar se a dose única desenvolvida pela Oxford tem a mesma proteção do que a atual – cujo o esquema é multidoses. Os resultados são previstos para serem divulgados até o final de 2023.
Após a dose inicial da Oxford, os voluntários receberão em 1 ano duas doses da vacina antirrábica tradicional como doses de reforços para a equipe de cientistas observar a eficiência e se uma uma imunidade total contra a raiva foi gerada.
Vacina contra a raiva: entenda como funciona
As vacinas humanas aprovadas atualmente contra a raiva têm um preço elevado e são necessárias duas doses (o que impede que países do terceiro mundo, que mais precisam, possam adquiri-las.
O problema é tamanho que muitos não tomam a dose de reforço por esquecimento ou a falta de dinheiro para a dose, o que torna novas tecnologias tão necessárias para aumentar a eficácia, baixando os custos no mundo real fora dos laboratórios.
A vacina da Oxford utiliza a mesma tecnologia que a universidade usou para desenvolver e aperfeiçoar a Covishield (AstraZeneca) contra a Covid-19, utilizando o mesmo sistema de fazer uso de um vetor viral (uma amostra não ativa) para o organismo responder imunizando-se contra a raiva.
A fórmula contém o adenovírus de um resfriado comum e o vetor ChAdOx2 modificado para não se replicar em humanos, visto que ele carrega informações do agente infeccioso da raiva, para garantir que o organismo construa defesas contra um possível contato com o vírus no futuro.
“Muitas pessoas não sabem que a raiva ainda mata cerca de 50 mil pessoas todos os anos, principalmente na Ásia e na África, é a única infecção viral conhecida com 100% de fatalidade”, explica Sandy Douglas, líder do grupo de pesquisa. “As vacinas antirrábicas atuais são eficazes, mas requerem doses múltiplas e são muito caras para uso amplo. Uma vacina de dose única e de baixo custo seria um divisor de águas. Este estudo deve nos mostrar se nossa nova vacina pode fornecer isso”, completa.
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