Versão mais cruel de malware pode apagar a vida de uma pessoa
Sem o objetivo de arrecadar dinheiro das vítimas, o malware de apagar só tem o interesse de prejudicar e destruir pessoas e empresas
O novo tipo de “vírus” é perigoso para os usuários, mas especialmente no caso de funcionários de empresas que carregam consigo dados importantes. A nova raça mais cruel de malware, no pior dos casos, pode até apagar a vida de uma pessoa.
Nova modalidade de malware destrói informações sobre pessoas e empresas
A empresa de segurança de dados Fortinet identificou um crescente número de situações envolvendo um novo malware. Neste caso, o objetivo dos criminosos não é roubar seus dados ou sequestrar informações para extorsão — como no caso dos ransomware —, a única motivação é destruir o alvo, eliminando todas as suas informações importantes armazenadas em seus dispositivos.
O Fortinet identificou o aumento desse tipo de malware de “apagar” coincidentemente relacionado com o início dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, apesar de não encontrar nenhum indício de que os agentes hackers tratam-se de cidadãos do país de Putin.
“Embora estes não tenham sido oficialmente atribuídos aos ataques patrocinados pelo Estado russo, seus objetivos estão alinhados com os militares russos. É amplamente teorizado que esses ataques cibernéticos estão sendo lançados intencionalmente em conjunto com a invasão.”
Wiper, o malware de “apagar”
Os malwares responsáveis por apagar dados são chamados wipers e definidos como um programa malicioso que busca apagar ou destruir todos os dados mantidos em um disco rígido do computador.
Segundo o Fortinet, já em 2012, foi usado o chamado Shamoon para atacar as companhias petrolíferas Aramco e RasGas no Oriente Médio.
Na ocasião, a ameaça foi ligada a um grupo hacker conhecido como Cutting Sword Of Justice, o ataque derrubou 30.000 computadores, com informações vitais das empresas.
Suspeitas ligadas a cyberwar
Conforme o relatório dos analistas de segurança, diversos “modelos” vem sendo usados em solo ucraniano no ano de 2022, por exemplo: WhisperKill, WhisperGate, HermeticWiper, IsaacWiper, DoupleZero, AcidRain e CaddyWiper para atacar instituições e empresas do país.
“Sete diferentes ataques de malware para ‘limpeza’ foram descobertos visando a infraestrutura ou empresas ucranianas — tudo alinhado com o interesse da Rússia na guerra”, “geralmente, as operações de ‘limpadores’ nesta categoria atacam alvos cuja destruição é do interesse dos militares opositores”, complementa o Fortinet.
Apesar de seu uso ser mais “lucrativo” em questões de conflito, onde o objetivo é destruir a infraestrutura do inimigo, isso não impede que pessoas mal intencionadas buscando vingança possam utilizar as ferramentas para prejudicar e criar incríveis transtornos.
Por isso, o melhor é sempre manter seus dados atualizados em backups, físicos e não ligados ao computador principal, ou em nuvem.
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Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos. Desde então, atua como editor no Grupo Gridmidia.